FÉ E ORAÇÃO


Caixa de texto:   -

 Oração
O
ração é a comunicação com Deus. A pessoa expressa a ele o que quer dizer e tenta perceber qual a vontade dele a seu respeito.
Deus é o Criador, nós somos a criatura.
A relação da criatura com o Criador é o núcleo central da religião. Está ligado aos demais relacionamentos humanos: troca de informações e sentimentos com as pessoas, agressão ou respeito à natureza. O tipo de relacionamento do homem com a natureza e com as demais pessoas mostra a posição que ele toma diante de Deus.
Oração é o resultado de nossa busca de Deus e de nosso esforço: são as atitudes e as ações que tomamos ou fazemos em vista da relação de amor com ele.
Oração é a tentativa de diálogo amoroso da criatura com o Criador. Esta relação supõe esforço de comunicação e atenção para perceber os sinais e palavras de Deus, que chegam ao homem, quase sempre, de forma indireta.
Pelo fato de sermos limitados e Deus infinito, o nosso relacionamento com Deus nos coloca em dependência amorosa, como filho em relação ao pai. Quando alguém se julga independente de Deus, restam-lhe poucas oportunidades de estabelecer relações com Deus. .
Nós fomos criados por amor, para amar e ser amado pelos demais e por Deus.
Acolher pessoas e acontecimentos é atitude de amor. Rejeitar é atitude de desamor e de egoísmo.
Jesus nos revelou que o Pai ama incondicionalmente seus filhos e quer a felicidade de cada um deles. As posições que Jesus tomou perante o Pai e o relacionamento que teve com ele devem servir de modelo para nós. Ele se relacionava com o Pai como se estivesse próximo, presente ao seu lado (Lc 10, 21; Jo 17, 1 - 26). Portanto, antes de tentar relacionamento mais profundo com Deus, é preciso tomar consciência da imagem que temos dele. É importante que passemos da imagem que temos dele para aquela que Jesus nos mostrou, que nos é transmitida pelos evangelhos: o Pai é cheio de amor, quer o bem para seus filhos, cuida de cada um de nós, de modo especial daqueles que o amam. Para fazer-nos crescer ele usa a pedagogia do amor e do sofrimento (parábola do agricultor que poda a videira para que produza mais frutos).
Para alcançar bom relacionamento com Deus são necessárias algumas atitudes:
4 Reconhecer a soberania de Deus sobre o mundo e sobre nossa pessoa e vida; Deus é nosso Criador e Senhor, nosso dono.
4 Manter atitude de humilde dependência em relação a ele; o egoísmo leva a pessoa a considerar-se outro deus, senhor de si.
4 Dar oportunidade para que ele se manifeste em nossa vida: se vivermos sempre ocupados, sem dispor de algum tempo só para Deus, ele não terá espaço para se manifestar; o cultivo do amor exige disponibilidade de tempo.
4 Desejar ardentemente viver na presença de Deus e ser envolvido por seu
amor.
A maior dificuldade no relacionamento com Deus é o pecado, a vida fora do seu mandamento, a vida sem fé. Quem vive longe de Deus não pode relacionar-se com ele. Esse obstáculo pode ser removido pela busca do perdão.
Dificulta a relação com Deus o fato de colocarmos nossa confiança fora dele, em nossas próprias capacidades; em práticas mágicas, em sorte, em superstições, em várias formas de espiritismo, que atribuem poderes a objetos que não os tem, em falsas religiões, etc. Tudo isso afasta a pessoa de Deus e torna difícil o relacionamento com ele. É preciso recordar que o único Salvador e Senhor é Jesus Cristo.
Em nossa vida, em nosso agir devemos tomar o seguinte princípio: Fazer nossas atividades com tal empenho, como se tudo dependesse de nós e confiar em Deus como se tudo dependesse dele.

Oração na Vida de Jesus:
Jesus foi homem de oração. Sua novidade religiosa consiste na relação pessoal com Deus, mediante a oração, e em atitudes coerentes com os demais homens, tendo por base a relação da pessoa com Deus: amor a Deus e amor aos homens. Ele foi homem de oração e a intensificou nos momentos importantes de sua vida:
4 Antes de começar o anúncio do Reino, quarenta dias no deserto (Lc 4, 1 - 2)
4 Antes de escolher os doze, uma noite em oração (Lc 6, 12)
4 Quando vivia momento muito importante com seus discípulos (Jo 17)
4 Antes de enfrentar a paixão, no jardim das oliveiras (Lc 22, 31 - 46)
Instruções Básicas sobre a Oração:
Além do exemplo pessoal de Jesus, encontramos ensinamentos sobre a oração:
4 orar só, em encontro pessoal com Deus (Mt 6, 5 - 6)
4 ter profunda confiança (Mt 7, 7 - 11)
4 louvar a Deus e pedir por nossas necessidades (Mt 6, 7 - 13)
4 orar com insistência (Lc 11, 5 - 24)
4 pedir com convicção a fortaleza e a fidelidade a Deus (Mt 26, 40)
4 invocar o Pai em nome de Jesus ( Jo 16, 23b - 28)
Invocar o nome de Jesus significa expressar nossa fé nele, que provém de Deus. A fé e o amor por Jesus abre nosso ser a Deus, que em seu Filho Jesus, nos vê como filhos e por causa dele nos acolhe, provendo as exigências da nossa fé.
Devemos aprender e reaprender a orar m Nome de Jesus, isto é, crescer no seu  conhecimento e graça.
A oração garante o atendimento dos nossos pedidos e então a nossa alegria será completa porque será a alegria que nasce da fé, a alegria de Deus que em nós realiza a sua vontade.

A Arte da Oração

Rezar é um ato natural, um capítulo da antropologia, exatamente porque o ser humano tem uma abertura congênita para o transcendente, o divino. Rezar é também um ato de justiça para com nossa alma, pois a oração é expressão do espírito, da alma, do coração. É também um ato de justiça em relação a Deus. “Nele somos, vivemos e existimos” (At 17, 28).
A oração é antes de tudo terapêutica porque pacifica, unifica, ordena a vida, os pensamentos e os afetos. “Os efeitos da oração em nossa pessoa são mais visíveis que os das glândulas de secreção interna”, diz o prêmio Nobel da medicina (1922), Dr. Alexis Carrel, ateu convertido.

A arte da oração consiste em que o orante se comunica com Deus, com os outros e consigo mesmo e assim faz grandes descobertas, encontra soluções, recebe iluminações e muita força interior. K Jung e V. Frankl são psicólogos que exaltam a importância e a eficácia da oração, sem a qual, as pessoas não se curam de suas neuroses. Eles sabem muito bem que a pessoa orante entra no nível alfa, freqüência profunda do cérebro humano.
Quem não reza está numa situação muito desconfortável e até incômoda, porque irá buscar alívio e sedativo no álcool, farras, drogas e sempre permanece vítima do vazio existencial e da solidão. Sempre justificará seus erros e fugas, tendo necessidade espontânea de ridicularizar quem reza, como se a oração fosse o “catecismo dos fracos e perdedores”. De fato, só os humildes e autênticos rezam.
É preciso rezar com fé. Acreditar no poder da oração. Rezar é estar com Deus e com os outros. Normalmente a oração verdadeira e profunda leva à compaixão, ao perdão, à solidariedade. O amor é fruto da oração. Rezar é um ato de amor e o amor é conseqüência da oração. Os santos, os místicos são sempre pessoas de paz, de fraternidade e de ação em favor dos pobres e pecadores. A oração, é amor de amizade com Deus que nos leva ao amor-serviço para com os outros.
A oração é uma “alavanca que move o mundo” (Sta. Terezinha). De fato, quantas pessoas são vitoriosas frente a doenças, mágoas, decepções, injúrias. A oração as salvou. Quem reza se salva.

A oração é uma ponte. A pessoa orante é fabricadora de pontes, é pontífice. Abatem-se os muros, constroem-se pontes, com a sabedoria da oração. Esta ponte, a oração, vai da terra ao céu e do coração do orante aos irmãos. A escalada da oração é exigente, requer perseverança. É um combate.
A oração é muralha, é escudo, é proteção, é abrigo, é segurança. Quem reza está imunizado contra muitos males. A oração nos protege das tentações. Sem oração caímos na murmuração e abraçamos a tentação.
A oração é escola . O mestre interior é o Espírito Santo. Na escola da oração aprendemos a prática do bem, a beleza do perdão, a alegria da convivência, a esperança nas decepções. A oração nos faz discípulos, iluminados, sábios, humanos e verdadeiros. Moisés tinha o rosto iluminado após a oração. Irradiava o fulgor de Deus.
A oração enche o orante de audácia e coragem, de força e tenacidade, de luz e compaixão. Jesus não somente reza, mas, ensina a rezar, principalmente a perseverança na oração. Os primeiros cristãos eram “assíduos na oração” (At 2, 42). De fato, a oração é inspiração de cada momento, recolhimento do coração, recordação das maravilhas de Deus, é força para a luta cotidiana. Eis a arte da oração.
A oração é uma rendição diante de nossa insuficiência e da paternidade de Deus. A oração é a fala entre filhos(as) e Pai. Portanto, oração é questão de amizade, é encontro de duas consciências, duas intimidades, duas existências. Na oração acontece uma troca de olhares, de confidências, de interioridades. Rezar é um ato de amor, um ato afetivo que inflama o orante de amor a Deus e ao próximo

Nenhum comentário: