segunda-feira, fevereiro 20, 2012

A FORÇA DO DESERTO


Na correria da vida, fonte de stress dos tempos modernos, é fundamental tirar momentos para outras experiências. Muitos vão para as chácaras, para sítios e lugares onde possam ter mais contato com a beleza e as riquezas contidas na natureza.
No tempo de Jesus, ir para o deserto era ficar na margem da sociedade, experimentar as condições dos leprosos que não podiam ter contato com os “puros” e com quem não tinha essa doença contagiante. Constituía um verdadeiro “tabu” para o povo.
Indo para o deserto, Cristo supera o preconceito e vai ao encontro dos leprosos, que eram intocáveis. Jesus acaba ocupando o lugar desses doentes, agindo com autoridade e compaixão. Conforme a Lei, Ele não podia tocar no leproso, mas não levou em conta isto.
A intenção de Jesus era a reintegração dos marginalizados numa atitude totalmente além da compaixão, de neutralização dos mecanismos que geram a exclusão. Ele age com verdadeira solidariedade, tendo como base o amor ao próximo.
Essa prática não tinha em vista sucesso pessoal, mas o bem das pessoas, contra as atitudes de exclusão casadas pela cultura do tempo. Era Deus, em Jesus Cristo, visitando seu povo, superando as forças do mal, vistas como obra de espírito mau.
No deserto Jesus cura um leproso. Toca nele e diz: “sê purificado”. Ele dá um sinal do Reino, da vida e da qualidade de vida. O curado não esconde sua felicidade, fazendo Jesus assumir seu lugar no deserto para ficar distante do assédio do povo.
A prática de compaixão de Jesus faz crescer a oposição das autoridades religiosas, porque Ele mostra que fazer o bem é mais importante do que seguir as exigências da Lei dos judeus. Enquanto a Lei marginaliza os “impuros”, Jesus os integra na convivência social.
Vivemos sob a lei do mercado, da competição e da exclusão. Perdemos a mística da fraternidade e partilha. Só a força do deserto, da espiritualidade será capaz de fragilizar essa lei. O mundo saudável é conforme o sonho de Deus, que deve ser conquistado por nós.
Por Dom Paulo Mendes Peixoto – Bispo de São José do Rio Preto (SP)

A SAÚDE PODE MELHORAR


A Campanha da Fraternidade (CF) é promovida no Brasil todos os anos pela Igreja Católica, durante o período da Quaresma. A Conferência dos Bispos (CNBB) escolhe temas, que tenham significativo interesse social e público, convidando a aderir também a quem não adere à Igreja Católica, mas se dispõe a unir esforços na busca de solução para as questões postas. A cada 5 anos, de fato, a CF também tem sido realizada em conjunto com várias outras Igrejas cristãs não-católicas. O propósito é suscitar reflexões e ações durante e depois do período da Campanha, que ajudem a alcançar os  objetivos propostos.
Neste ano, o tema é de premente atualidade – “fraternidade e saúde pública” -, com a proposta de uma ampla reflexão sobre a situação da saúde no Brasil em vista de uma vida saudável para todos. A meta é suscitar um grande esforço solidário para que o bem da saúde esteja ao alcance de todos. Isso requer atenção e cuidado fraterno para com os enfermos, mas também mobilização para a melhoria do sistema público de saúde.
O cuidado dos doentes e a atenção em relação à saúde das pessoas sempre fizeram parte do Cristianismo. O próprio Jesus Cristo deu o exemplo, sempre atencioso em relação aos doentes, que o procuravam em grande número (cf. Mt 9,35), assumindo sobre si as dores e sofrimentos da humanidade (cf Mt 8,17). Ao enviar os discípulos em missão, recomendou com insistência que também eles cuidassem dos doentes (cf. Mt 10,1).
Em vista dessa ordem do seu Mestre, ao longo da história, a Igreja Católica e os cristãos, de modo geral, dedicaram-se aos enfermos, quer para lhes levar o conforto espiritual, quer para socorrer suas necessidades de assistência, cura e recuperação da saúde. A Igreja instituiu hospitais e estruturas de atendimento aos doentes por toda parte muito antes que, finalmente, os Estados o assumissem; ainda hoje, irmandades, associações, congregações e ordens religiosas dedicam-se ao cuidado dos doentes.
Os tempos mudaram e o cuidado da saúde da população toda passou a ser visto como tarefa do Estado e objeto de políticas públicas, a serem promovidas de maneira eficaz pelos governos. Parte significativa dos impostos pagos pela população deveria ser destinada a financiar os cuidados para com a saúde dos cidadãos. A Lei brasileira não só o promete, mas estabelece que sejam promovidas políticas públicas eficazes para assegurar este bem a toda a população Isso, evidentemente, requer vultosos recursos e uma correta aplicação dos mesmos. Inegavelmente, muito já se fez nesse sentido desde que a nova Constituição entrou em vigor. No entanto, ainda há muito por fazer.
A instituição do SUS foi, certamente, um avanço; mas para alcançar a meta do atendimento universal à saúde dos brasileiros há muito caminho a percorrer. A imprensa tem mostrado a carência de atendimento médico e hospitalar em várias partes do País, ou a existência de estruturas de saúde muito inadequadas ou deficientes para atender às demandas da população; mostrou também morosidade no atendimento e até fatos lamentáveis de corrupção e desvio de verbas, que deveriam ter sido aplicadas no cuidado da saúde do povo. A ineficiência, ou até a inexistência de estruturas públicas de saúde obrigam os cidadãos a recorrerem a seguros e sistemas privados de saúde que, porém, estão fora do alcance da maioria dos brasileiros, por serem muito caros.
Políticas públicas de saúde poderiam também assumir mais decididamente um caráter educativo e preventivo, para alertar contra os riscos à saúde e estimular o cultivo de hábitos saudáveis. Embora já existam louváveis campanhas preventivas, como as que visam a saúde materno-infantil, os riscos da dengue e os males decorrentes do fumo e da aids, ainda não recebem a mesma atenção outras questões, que também envolvem notórios riscos à saúde da população, como a ingestão demasiada de álcool (não apenas para quem dirige!), o consumo de drogas e de alimentos impróprios à saúde.
Vejo com satisfação a implementação de leis e campanhas anti-fumo. Recentemente, também apareceu uma interessante chamada publicitária para prevenir contra o uso do crack; por quê se demorou tanto para fazê-la?! Tivesse sido feita há mais tempo, talvez não se teria chegado aos cenários deprimentes das cracolândias, que se espalham pelas cidades grandes e pequenas do País.
E por que não se fazem campanhas mais incisivas para incentivar hábitos saudáveis de alimentação e de vida, alertando para os riscos de uma alimentação inadequada e de hábitos danosos? Muitas doenças poderiam ser evitadas e, também, aliviados pesados encargos para o Estado e para o cidadão com o tratamento de doenças decorrentes da alimentação; a saúde da população poderia melhorar muito. Pelas mesmas razões, por que não tratar também a violência contra a pessoa, em geral, mas também no esporte e no trânsito, como verdadeiros problemas sociais e questões de saúde pública? Tais também são o alto índice de poluição do ar em grandes aglomerados urbanos, o déficit de saneamento básico e de moradias dignas para muitas pessoas, que ainda vivem em cortiços e favelas, ou até pelas ruas das cidades!
Se a implementação de políticas públicas eficazes de saúde para a população é uma incumbência dos governantes, não deixa de ser tarefa também dos cidadãos. Por isso, a Campanha da Fraternidade convida a somar esforços para alcançar esse objetivo. Para quem tem fé religiosa, o caminho que leva a Deus nunca pode desviar da vias dolorosas em que jazem tantos irmãos… E para quem não tem fé, a própria sensibilidade humana desautoriza a ficar indiferentes diante do sofrimento do próximo e da sua qualidade de vida diminuída.
Por Cardeal Odilo Pedro Scherer – Arcebispo de São Paulo (SP)

CAMPANHA DA FRATERNIDADE


Está chegando a Quaresma, tempo em que a liturgia da Igreja convida os fiéis a se prepararem para a Páscoa, mediante a conversão, com práticas de oração, jejum e esmola. E é justamente na Quarta-Feira de Cinzas, que acontece um dos principais eventos da Igreja Católica no Brasil, o lançamento da Campanha da Fraternidade. A CF, como é conhecida, está na sua 49ª edição, é realizada todos os anos e seu principal objetivo é despertar a solidariedade das pessoas em relação a um problema concreto que envolve a sociedade brasileira, buscando caminhos e apontando soluções. Neste ano de 2012 a Campanha da Fraternidade destaca a saúde pública e suas variantes. Com o tema “Fraternidade e Saúde Pública”, e o lema “Que a saúde se difunda sobre a terra” (cf. Eclo 38,8); a CF de 2012 tentará refletir o cenário da saúde no Brasil, conscientizando o Governo da precarização de condições dos hospitais e mobilizando a sociedade civil para reivindicar melhorias.
A CF é uma campanha conhecida em todo o país e reconhecida internacionalmente. Mas você sabe quando ela começou? Quem foram os seus criadores? A primeira Campanha da Fraternidade foi idealizada no dia 26 de dezembro de 1963, sob influencia do espírito do Concílio Vaticano II.
Antes disso, o primeiro movimento regional, que foi uma espécie de embrião para a criação do atual modelo da “Campanha da Fraternidade”, foi realizado em Natal (RN), no dia 8 de abril de 1962, por iniciativa do então Administrador Apostólico da Natal, dom Eugênio de Araújo Sales, de seu irmão, à época padre, Heitor de Araújo Sales e de Otto Santana, também padre. Esta campanha tinha como objetivo fazer “uma coleta em favor das obras sociais e apostólicas da arquidiocese, aos moldes de campanhas promovidas pela instituição alemã Misereor”, explicou dom Eugênio Sales, em entrevista a arquidiocese de Natal, em 2009. A comunidade de Timbó, no Município de Nísia Floresta (RN), foi o lugar onde a campanha ocorreu pela primeira vez.
“Quando no começo de 1960, eu estava concluindo meu trabalho de doutorado em Direito Canônico na Universidade Lateranense, em Roma, fui para a Alemanha onde tinha mais tranquilidade para o que desejava. Ali pude acompanhar a Campanha Quaresmal daquele ano para recolher o fruto dos sacrifícios em benefício dos povos que sofriam fome, como eles mesmos tinham sofrido 15 anos antes, logo depois da Segunda Guerra Mundial. O material para informação (homilias, boletins paroquiais, etc.) continha reflexões muito profundas. Trouxe para o Brasil todo o material para que pudéssemos adaptar aqui.
Dom Eugenio Sales numa reunião do clero lançou a ideia. Foi feita uma lista e nomes, no fim venceu o nome “Campanha da Fraternidade”. Ficamos satisfeitos com o nome, mas nunca imaginávamos que aquela pequena semente se transformasse no que é hoje”, disse o arcebispo emérito de Natal, dom Heitor de Araújo Sales.
“Não vai lhe ser pedida uma esmola, mas uma coisa que lhe custe. Não se aceitará uma contribuição como favor, mas se espera uma característica do cumprimento do dever, um dever elementar do cristão. Aqui está lançada a Campanha em favor da grande coleta do dia 8 de abril, primeiro domingo da Paixão”, disse dom Eugênio Sales, no ato de lançamento da campanha, em Timbó (RN).
Segundo dom Heitor, o papa João XXIII tinha lançado a ideia de que católicos de países ricos pudessem dar um pouco de suas vidas para ajudar na evangelização de outras terras. Chamavam-se “Voluntários do Papa”. Assim vieram para cá missionários leigos dos Estados Unidos (EUA) e de outros lugares. Eles também ajudaram no começo da Campanha.
A experiência foi adotada, logo em 1963, por 19 dioceses do Regional Nordeste 2 da CNBB (Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte). Naquela época envolvidos pelo Concílio Vaticano II, os demais bispos brasileiros fizeram o lançamento do Projeto da Campanha da Fraternidade para todo o Brasil. Dessa forma, na Quaresma de 1964 foi realizada a primeira Campanha em âmbito nacional. Desde então, até os dias atuais, a CF é realizada em todos os recantos do Brasil.
Em 20 de dezembro de 1964, os bispos brasileiros que participavam do Concílio Ecumênico Vaticano II, em Roma, aprovaram o fundamento inicial da mesma, intitulado “Campanha da Fraternidade – Pontos Fundamentais apreciados pelo Episcopado em Roma”. Em 1965, tanto a Cáritas quanto Campanha da Fraternidade foram vinculadas diretamente ao Secretariado Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A partir de então que a Conferência dos Bispos Brasileiros passou a assumir a Campanha da Fraternidade. Nesta transição, foi estabelecida a estruturação básica da CF.
“Naquela época, a Igreja se voltava a si, preocupada com a implantação do Concílio Vaticano II e em renovar as suas estruturas conforme as indicações conciliares. Daí surgiu a Campanha da Fraternidade. Ela, inicialmente se prestou a este objetivo. No entanto, a CF contribuiu na superação da dicotomia ‘Fé e Vida’, que, imbuída do espírito Quaresmal quer modificar a situação do fiel, em prol da vida e da justiça”, explicou o atual secretário executivo da Campanha da Fraternidade da CNBB, padre Luiz Carlos Dias.
Em 1967, começou a ser redigido um subsídio para a CF auxiliando assim as dioceses e paróquias de todo o país. Nesse mesmo ano iniciaram também os encontros nacionais das Coordenações Nacional e Regionais da Campanha da Fraternidade.
Em 1970, a Campanha ganhou um especial e significativo apoio, uma mensagem do papa Paulo VI para o dia do lançamento da Campanha, o que virou uma tradição entre os papas.
A partir de uma análise dos temas abordados a cada ano, a história da Campanha da Fraternidade pode ser dividida em três fases distintas: de 1964 a 1972, os temas refletem um olhar voltado para a renovação interna da Igreja, provavelmente sob o influxo das reformas propostas pelo Concílio Vaticano II; de 1973 a 1984, aparece na Campanha a preocupação da Igreja com a realidade social do povo brasileiro, refletindo influências do Vaticano II e das Conferências Episcopais de Medelín e Puebla, sem deixar de lado a questão política nacional, que vivia uma de suas mais terríveis fases: a ditadura militar. A terceira fase, a partir de 1985, reflete situações existenciais dos brasileiros.
Ao longo da história, as Campanhas abordaram questões do compromisso cristão na sociedade. Em alguns casos, as essas questões discutidas geraram o surgimento de Pastorais ou serviços no seio da Igreja. Foram levantados e debatidos temas como, em 1985, a questão da fome; em 1986, o problema fundiário; em 1987, o tratamento do poder público para com o menor. Em 1988, a campanha apelou por uma adesão a Jesus Cristo; em 1989, conclamou o povo a assumir uma postura crítica frente aos meios de comunicação social; em 1990, abordou a questão do gênero, chamando a atenção para a igualdade do homem e da mulher, diante de Deus; em 1999, chamou a sociedade e o poder público para discutir o problema do desemprego; em 2000, convidou as igrejas cristãs e a sociedade a lutarem pela promoção de vida digna para todos. Em 2001, levantou o problema das drogas e as consequências na vida das pessoas; em 2008, propôs o debate sobre a defesa da vida; em 2011, falou sobre a vida no planeta.
Neste ano de 2012, a saúde pública será o foco das discussões. De acordo com o arcebispo de Ribeirão Preto, dom Joviano de Lima Junior, a saúde é “dom de Deus” e, enquanto tal é um direito que além de ser preservado, precisa ser conquistado. “Além disso, pensemos na importância da alimentação e da preservação do ambiente. Porém, não podemos nos esquecer das estruturas insuficientes dos hospitais e dos postos de saúde”, disse. (RE)
Por CNBB

CINZAS E PÓ NA SAGRADA ESCRITURAS


Daqui a pouco começamos a viver a Quaresma, tempo de penitência e de preparação para a Páscoa da Ressurreição.
O início da Quaresma é marcado pela quarta-feira de cinzas. A partir de então, começaremos a ouvir falar de “cinzas” e “pó” várias vezes durante esses quarenta dias que deveriam ser de recolhimento, reflexão e penitência.
Não é de agora que, em certas situações, estes dois termos são lembrados nos meios religiosos, mesmo antes do cristianismo. O costume de se usar vestes penitenciais e de cobrir a cabeça com cinzas, exprimindo dor, luto e em sinal de penitência, já era comum na antiguidade.
Vamos conferir nas Sagradas Escrituras algumas citações. Depois, quando recebermos as cinzas na quarta-feira, lembremos que assim agindo estaremos nos ligando a um costume milenar, uma tradição encampada pela Igreja e que expressa uma verdade que muitas vezes teimamos em tentar esquecer: “Tu es pó e em pó te hás de tornar”. Pois, “Deus formou o homem com o pó da terra” (Gn 2, 7).
- Abraão confessa a Deus sua consciência de ser limitado e frágil: “Apesar de eu ser apenas pó e cinza, atrevo-me, Senhor, a convosco falar” (Gn 18, 27). E isso se prolonga por toda a história de Israel;
- Assim diz o Salmo 17: “pó e cinza são todos os homens” (Sl 17, 32);
- O salmo 104 ensina: “Todos morrem e voltam ao pó” (Sl 104, 29)
- E no livro do Eclesiastes lemos: “…todos caminham na mesma direção e meta: todos saíram do pó e todos voltarão ao pó” (Ecl 3, 20);
- Implorando os israelitas o auxílio Divino contra Holofernes, puseram “cinza sobre a cabeça” (Jdt 4, 16).
- E ainda encontramos no livro de Jó: “arrependo-me no pó e na cinza.” (Jó 42, 6).
- Nosso Senhor Jesus Cristo, referindo-se às cidades de Corazin e Betsaida, fez alusão a esse costume do mundo oriental: “Se em Tiro e Sidônia tivessem sido realizados os milagres que em vós se realizaram, há muito tempo se teriam convertido, vestindo-se de cilícios e cobrindo-se de pó” (Mt 11, 21).
Por Emílio Portugal Coutinho (via Gaudium Press)

ORIGEM DO CARNAVAL


Esta festa profana (civil) teve origem no Egito, onde há 4000 a.C., povos antigos celebravam a fertilidade e a colheita das primeiras lavouras. Os povos antigos cultuavam aos deuses, pois não conheciam o Único e Verdadeiro Deus, adorado pelos cristãos. Portanto se explica a consagração das festas carnavalescas à deusa Ísis no Egito Antigo, e mais tarde, às Divindades Dionisus, Baco, Saturno e Pã do mundo greco-romano.
Com a evangelização dos povos, as festas pagãs não foram abolidas em seu caráter positivo marcado pelas músicas, danças, celebrações e outras manifestações culturais, mas purificadas dos excessos carnais que tinham reduzido as festas carnavalescas em manifestações do sexo, bebidas e cultos idolátricos.
No Cristianismo o carnaval foi se tornando ao longo da história um festejo das vésperas da Quaresma e de autêntica alegria, tanto assim, que no século XV o Papa Paulo II permitiu um carnaval romano em frente do seu palácio, e outras manifestações populares que irradiavam uma verdadeira inculturação do Evangelho.
Hoje muitos escolhem regredir ao modo pagão de viver o carnaval, e estes são os mesmos que correm os riscos de colherem as desgraças próprias do pecado. A Igreja não desistiu da festa do carnaval, por isso se multiplicam os retiros e acampamentos que promovem a verdadeira e sadia alegria, nestes dias que antecedem a Quaresma e próprios para festejarmos com segurança nos caminhos de Jesus.
Por Pe. Fernando Santamaria